quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O caminho costa-marfinense até a decisão da Copa Africana de Nações

Nove gols marcados, quatro sofridos. Dois empates, três vitórias e nenhuma derrota. Até pode parecer muito bom, mas não é bem assim. Nesta Copa Africana de Nações, a Costa do Marfim foi ascendente. Descompromisso e alternâncias de variações marcaram o mau momento. Em contrapartida, desequilíbrios individuais ajudam a resumir o bom.

23 anos depois, o título vem? (foto: Reprodução)

Em uma fraquíssima edição do principal torneio futebolístico da África, não foi necessário ser tão organizado ou completo para chegar à final. Crescendo e se formando durante a copa, os costa-marfinenses estão na decisão. Coletivamente, não é tão fácil analisar. Porém, já que o time é feito de individualidades, vamos por este lado.

Serey Die e Serge Aurier

De maneiras difentes, simbolizam o caminho coletivo na competição. Serey Die foi titular no jogo inicial, tendo, como todo o conjunto, má atuação. Virou reserva, viu a 2ª rodada do banco e só retornou na 3ª. Quando apresentou bom nível, mantido até agora. Já Aurier foi responsável pelos dois primeiros gols sofridos pela equipe, contra Guiné e Mali - falhou em ambos. Contudo, a partir do duelo seguinte, contra Camarões, já passaria a ser forte e constante arma ofensiva. Resumidamente, a dupla tem muito a ver com a ascendência coletiva. Emblemáticos.

Yaya Touré

Bem, é meio complicado falar em falta de compromisso e desleixo. Entretanto, as coisas ficam mais fáceis quando há reincidência. Assim como no Mundial 2014, Yaya Touré apresentou nível vergonhoso nesta Copa Africana de Nações - até as quartas de final, ao menos. E, como se isto não bastasse, não estava nem aí. Pouco participou e, em diversos momentos, sequer correu. Um exemplo de como chutar seu país para escanteio. Jogou quando quis e só esteve decente na semifinal, quando marcou um gol. Se não estivéssemos falando de futebol africano, pedir uma atitude de técnico ou federação seria algo bem justo.

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Max Gradel, Wilfried Bony e Gervinho

Os fatores desequilibrantes, tão decisivos no lamentável contexto da Copa Africana de Nações 2015. Hervé Renard deu liberdade ao trio, que se formou apenas no 4º jogo dos Elefantes. Isto porque Gervinho, após agredir o jovem Naby Keita, ainda na rodada de abertura, perdeu boa parte da fase de grupos. Juntos, eles têm seis gols e quatro assistências - só não participaram de um tento. São, indiscutivelmente, a alma ofensiva do time.

Hervé Renard e o coletivo

Como visto acima, o técnico francês utilizou três variações na copa. Começou num 4-2-3-1 (4-4-1-1 na fase defensiva), passou ao 3-5-2 (5-3-2 sem a posse) e encontrou a melhor faceta com o 3-4-3 (5-4-1 sem a bola). Coletivamente, um sistema defensivo frágil. Disposto a entregar a qualquer momento, alcançou uma única exibição intacto. À frente, mínimos recursos para ataques posicionais e sustentação a partir das supracitadas individualidades.

Sem fazer tanto, Renard  está na final (foto: Reprodução)

O outro finalista sairá do confronto entre Gana e Guiné Equatorial. Na decisão, provável que os ganeses enfrentem a Costa do Marfim. Que é, sim, favorita. Após 23 anos, o título se aproxima novamente. Como já ocorreu em 2006 e 2012, duas finais perdidas nos pênaltis. Penalidades que também deram o único troféu relevante da história marfinense, em 1992, contra a mesma Gana. O que acontecerá em 2015? Resta aguardar.

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