quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Em noite épica, River derrota Tigres e arrebata América

Nesta quarta-feira (5), exatamente uma semana após o duelo de ida, River Plate e Tigres jogaram a partida de volta da decisão continental. Em um confronto extremamente físico, marcado pela agressividade ao diminuir espaços, argentinos precisaram de desativação mexicana para abrir caminho ao 3 a 0 e conquistar Copa Libertadores.

Comemoração millonaria (foto: Reprodução)

River Plate formou seu recente 4-4-2 (igual nas duas fases), possuindo Camilo Mayada, Nicolás Bertolo e Fernando Cavenaghi como substitutos dos muitos indisponíveis. Desde o primeiro rolar da esfera, se pôde ver uma equipe de ritmo altíssimo, sempre tentando verticalizar passes para atacar com rivais desorganizados. Algo bastante forte e puramente intenso, mas habitual entre comandados de Marcelo Gallardo - sobretudo no começo das metades. Também na fase defensiva, diminuindo tempo de pensamento dos adversários para manter tudo o mais distante possível de sua área. O que obrigou amarelos a utilizar jogo direto, afim de saltar linhas de pressão, coisa que dupla de zaga argentina não permitiu, vencendo embates aéreos. Contudo, como contexto transicional costuma consagrar mais fortes - ou rápidos -, assim foi. Ou quase.

Por baixo, Tigres conseguia ativar seus atletas ofensivos em velocidade e chegou a assustar mandantes. Que não demoraram a se instalar de vez à frente, mesmo que esbarrando nas ideias defensivas de Ricardo Ferretti e, assim, criando pouco. Panorama que perdurou até tento de Lucas Alario, após desequilíbrio de Leonel Vangioni em raro momento de desativação do conjunto mexicano, pouco antes do intervalo. Dominando territorialmente e sendo menos perigoso, gol foi ação isolada no 1º tempo. Retorno para 2º trouxe certo recuo de linhas, sensação de que pernas millonarias já davam sinais de cansaço após 45' de enorme carga física. Mas, passado curto período, time de Buenos Aires voltou a mandar no território - ainda que mais oscilante, aumentando cessões. Aos poucos, coletivo foi assentando-se novamente à frente, controlando aí.

Veio pênalti, 2 a 0 marcado por um destacável Carlos Sánchez e gigantesca festa no estádio. Nem assim River deixou metade rival, conseguindo 3 a 0 em velha conhecida: a bola parada, que já decidiu e tirou equipe do buraco inúmeras vezes. Agora, foi apenas para garantir conquista do continente. Minutos restantes só serviram para incendiar torcedores, banco de reservas e todos ligados ao clube. Se passaram alguns anos, mas Copa Libertadores volta a ser do River Plate.

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Panorama inicial

Tigres compôs cotidiano 4-2-3-1 (4-4-1-1 sem a bola), com José Rivas ao lado de Juninho e Javier Aquino retornando ao time titular. Encarando intensidade do River, bastou a "Tuca" Ferretti responder com ritmo tão alto quanto e transformar cotejo em algo alucinante, totalmente transicional, com muitas disputas físicas e eternas tentativas de diminuir espaços e tempo de pensamento do oponente. Neste mundo vertical, amarelos mostraram-se inicialmente superiores, assustando mais e negando oportunidades aos argentinos. Também por recuos de Rafael Sóbis, visando auxiliar - velocíssima - circulação na fase ofensiva e contribuir para pressing agressivo na defensiva. Que seguiu com objetivo de acumular homens ao redor do balão, criar vantagem numérica e recuperar posse. Mecanismo liderado por Arévalo Ríos, gerador de tais supremacias.

Pois uruguaio tem liberdade, sai à "caça" e se torna principal nome do movimento. Assim, River Plate teve dificuldades para segurar bola por longos períodos sem ser cercado e naturalmente interrompido. Tudo ajuda a explicar o porquê de conjunto de "Tuca" ter jogado melhor na 1ª etapa, mas nada tão bem quanto questão dos achiques: os dos millonarios por límpida vontade, "colhões" e energia; os dos felinos também com isto, mas possuindo supracitadas ideias claras. Um instante de desativação, contudo, manchou atuação e deu início à péssima exibição nos minutos posteriores. 45' decisivos possibilitaram poucas grandes chances, comandados de "Muñeco" Gallardo buscaram outros gols e enterraram sonho amarelo. Nada de Libertadores.

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Cenário final

Título premia técnico das belas decisões, das equipes renascentistas, de desempenho espetacular no mata-mata. Premia todos os torcedores, toda a campanha do River na competição. Definitivamente, este ciclo de Marcelo Gallardo está sendo histórico. Para Ferretti, também não há tanto a lamentar. Seu time alcançou final, quase ganhou continente. Isto é muitíssimo.

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