quinta-feira, 30 de julho de 2015

Gallardo brilha, River segura empate e Libertadores se decidirá em Buenos Aires

Nesta quarta-feira (29), a América do Sul pôde acompanhar a partida de ida da finalíssima do maior torneio de clubes do continente, envolvendo Tigres e River Plate. Com Marcelo Gallardo em claro destaque, argentinos foram capazes de segurar ímpeto mexicano e, em boas condições, transferir decisão ao emocionante Monumental de Nuñes.

Corriqueiro duelo na partida (foto: Reprodução)

Tigres compôs seu habitual 4-2-3-1 (na fase defensiva, 4-4-1-1), tendo Damián Álvarez como substituto do lesionado Javier Aquino. Como era de se esperar, após alguns breves minutos de equilíbrio territorial, conjunto logo assentou-se à frente e transformou embate em algo puramente posicional. Com Guido Pizarro, iniciador do jogo mexicano e total ponto de estabilidade do mesmo, muitas vezes livre, saída amarela teria tudo para ser limpa e fluida. Porém, ainda que Rafael Sóbis tenha retrasado alguns metros em diversas situações, não foi exatamente isto que ocorreu. Pois, após meio-campista argentino receber balão, girar e encarar as coisas de frente, poucas linhas de passe apareciam. Daí, jogo direto acabou sendo bastante utilizado e André-Pierre Gignac passou a receber em condições desfavoráveis - até deu continuidade a ataques.

Situação vivida durante grande parte do 1º tempo, e que perdurou até seu encerramento. No retorno para 2º, contudo, cenário apenas piorou. Depois de outra sessão à frente, River voltou a defesa posicional - também alternando momentos de pressing posicional - e Tigres viu-se definitivamente nulificado. Agora, Pizarro já possuía acompanhamento especial e não era mais opção para começar jogadas. Como outros jogadores também estavam presos à marcação zonal adversária, aos zagueiros só restava lançar ou conduzir. Optando por primeira opção, foram inúmeras ligações diretas, algo ainda pior que outrora. Nem entrada de Jesús Dueñas alterou panorama, extremamente negativo para comandados de Ricardo Ferretti, encurralados em casa. Somando os 90', mandantes tiveram pouquíssimas boas chances, mais ocasionais do que tudo.

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Primeira metade do cotejo

River Plate desenhou 4-4-2 (igual nas duas fases), com Tabaré Viudez e Leonardo Ponzio titulares. Depois dos primeiros minutos, onde abaixou ritmo do Tigres atacando e detendo esfera, equipe de Marcelo Gallardo recuou linhas e buscou postura reativa. Sempre tentando cortar intensidade mexicana e diminuir riscos presentes em uma decisão. Não houveram linhas de pressão, dupla de zaga nunca deixou de  sustentar baixa altura campal e qualquer arremesso lateral ou falta a favor do time millonario serviu para quebrar ímpeto amarelo. Isto porque ninguém apresentou-se como um "cavalo", capaz de ganhar terreno e proporcionar respiros ao conjunto - em certos instantes, Viudez e Carlos Sánches se aproximaram de tal função. Considerando agressividade dos homens de Ferretti ao perder bola - atacando rival, criando superioridade numérica entorno do mesmo e recuperando-a -, realmente era difícil assumir supracitado papel.

Entretanto, se não jogava, River também não deixou donos da casa jogarem. Impediu fluidez por baixo, lutou por cima e afastou quase todos os perigos. Na volta para 45' finais, o grande movimento de "Muñeco" Gallardo: colocar Gonzalo "Pity" Martínez em campo, grudá-lo em Pizarro e matar construção rival; além de usar jovem para manter esfera à frente. Técnico já caracterizado pela ótima tomada de decisões, Marcelo simplesmente garantiu empate neste movimento. Nos minutos sucessivos, Tigres caiu em um enorme atasco futebolístico e raramente incomodou. Time de Buenos Aires havia pisado no relvado para não sofrer, e assim foi.

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Final do jogo, com encaixes zonais do River

Agora, tudo será decidido na Argentina, em um lotado, pulsante e certamente emocionante estádio Monumental. Como pensou Gallardo, o senhor das belas decisões. Para "Tuca" Ferretti, que tentou ao máximo fugir de tal situação, cenário nada interessante. Resta saber como equipes atingirão duelo, o que prepara cada treinador. Em uma semana, questões serão sanadas.

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