sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Em confronto recheado de detalhes, Monaco e Lyon ficam no empate

Nesta sexta-feira (16), Monaco e Lyon abriram a 10ª rodada da Ligue 1, cuja partida mais esperada era justamente a supracitada. Oscilantes nesta primeira parte de temporada, as equipes mostraram muitos detalhes interessantes - para o bem e para o mal -, ainda que vários já sejam conhecidos há um tempo considerável. No final, empate em 1 a 1 e confirmação de sensações.

Confronto foi duro (foto: Reprodução/L'Equipe)

Optando por um 4-3-3 (4-1-4-1 na fase defensiva), Leonardo Jardim apresentou, já no começo, sinais do que buscaria, algo que seu mais habitual 4-2-3-1 (4-4-1-1 sem a bola) dificilmente faria tão bem. Tendo Jeremy Toulalan zagueiro e João Moutinho como "5", monegascos tentaram impedir fluidez do Lyon desde iniciais movimentos oponentes, enchendo centro e, com blocos de marcação entre algo médio e médio-alto, negando série de mecanismos ofensivos de Hubert Fournier em sua concepção. Pois, mesmo que laterais visitantes avançassem para puxar pontas do Monaco e abrir caminho aos recuos de meio-campistas ou conduções de zagueiros, Mario Pasalic, Thomas Lemar e Lacina Traoré tratavam de quebrar inferioridade numérica (5x3) com noção espacial, bela tomada de decisões e entrega ao planejamento - dizendo muitos "nãos".

Quando isto não era suficiente e bola chegava ao campo mandante, ordem era retornar rapidamente, almejando conjunto mais denso, que cedesse menos. De tal maneira, pesando determinados instantes em que embate abriu-se - serviram para gerar ocasiões aos de Jardim - e contexto passou a ser de contragolpes, quase tudo esteve nas mãos monegascas na 1ª parte. Obrigando forasteiros a manter posse inútil (65% no 1º tempo, só uma finalização certa), protetores de Danijel Subasic cumpriram papel com sucesso, deixando tramas distantes do arqueiro croata. De extremamente negativo, velha falta de engrenagens de ataque, o que diminui apoios, faz bola rodar com menor critério e coloca individualidades como principal argumento na caçada por espaços. Sem Anthony Martial e possuindo inúmeros jovens, é bastante ruim.

No 2ª metade, descontando um primeiro momento em que Lyon empurrou mais, cenário era relativamente parecido e a vitória parecia questão de minutos. Mas ela começou a cair aos 21, quando Wallace foi expulso, fazendo Monaco plantar seus restantes dez homens perto da grande área, atraindo rival de qualidade. Até demorou, mas, como no tento do conjunto de Bernardo Silva, a casa desmoronou "do nada" e tudo acabou. Um empate que deixa pontos bons e ruins.

Clique na imagem para ampliar
Algumas situações do 1º tempo

Realizando manutenção dos ideais de Fournier, Lyon formou seu usual 4-3-1-2 (com ou sem a posse). Desde o início, como costuma ser, ordem foi reter esfera, controlar a partir dela, alongar ataques, tranquilizar coisas e se estabelecer na metade de campo adversária à sua maneira, com vantagens e boas opções à disposição. Para tal, muito passa pelos laterais (Christophe Jallet e Rafael), sempre perto da linha lateral e bastante adiantados - durante saída, para fixar extremos oponentes e dar terreno a companheiros que iniciarão jogadas; após estabelecimento no campo rival, para dar largura e "abrir" blocos de marcação. No 1º tempo, entretanto, apesar de ambos terem feito o que se pediu, eles pouco pesaram no contexto. Outro dueto minimizado por ações do Monaco foi Mapou Yanga-Mbiwa e Samuel Umtiti, impossibilitados de conduzir tanto.

Assim, fase ofensiva do Olympique foi infrutífera, fora uma ou outra trama armada em um contra-ataque. Para fazer isto, inclusive, Fournier se propôs a defender com apenas sete atletas, liberando trio mais ofensivo para criação e execução dos contragolpes, sob liderança do eternamente vertical Mathieu Valbuena. Terminados os primeiros 45', placar era desfavorável e contexto nada animador, faltando "pontes" a conectar coletivo. Na volta para a outra etapa, se pôde ver mudanças posicionais, um time de ações mais velozes, com melhor distribuição no relvado, que atingiu parte do objetivo e fez Monaco recuar por uns minutos. Tal panorama mudou logo após, mas regressou com expulsão de Wallace e perdurou até último apito do árbitro. Neste espaço, Rafael aproveitou superioridade futebolística vinda do "abafa" e marcou o gol de empate.

Clique na imagem para ampliar
Cenário final

Pelo resultado, em si, Monaco e Lyon saem sem ter muito a comemorar na rodada. Ambos seguem distantes do líder PSG, uma possível luta pelo título da liga não está nos planos imediatos. Todavia, considerando questões apresentadas neste ciclo 2015-16, futebol praticado hoje e projetos, há esperança de coisas melhores. O futuro tende a ser superior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário